Boçalidade política coloca os angolanos pior que os cães

O clima de tensão, nos últimos quatro anos, está em crescendo, em função do fracasso, raiva, selvajaria e boçalidade da política económica liderada por Manuel Nunes e cegamente apoiada pelo Titular do Poder Executivo.

Por William Tonet

Angola, pela incompetência e falta de visão de desenvolvimento sustentado do território, pelo partido que sustenta o Executivo, está colocada sob a bota abjecta e neocolonialista do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Nos países civilizados, conduzidos por dirigentes comprometidos com a cidadania e a democracia, existem três órgãos de poder de Estado: Legislativo, Executivo, Judicial, diferente dos quatro (4), em Angola: Legislativo, Executivo, Judicial, MPLA, onde, este último é, na verdade, o primeiro e mais perigoso, por ter tentáculos perniciosos, indiferentes e alérgicos às boas práticas governativas.

Infelizmente, para os coleccionadores de utopias, ver truncadas as teses de Charles – Louis de Secondat, Barão de Montesquieu é confrangedor, ver personalidades assumirem-se como continuadoras das piores práticas fascistas e colonialistas, pois, desde 1975, vêem matando os sonhos imateriais de milhões, através da força do fuzil.

O problema actual de Angola não deriva da conjuntura internacional, mas da estrutura partidocrata do Estado implantada, que sequestrou o Estado de Direito e Democrático, implantando um autoritarismo ditatorial, assente nos arsenais bélicos.

Por outro lado, colocar na condução da economia, um inexperiente e teórico “carcereiro”, defensor da teoria neoliberal, abandonada pelos seus pais fundadores: Inglaterra e Estados Unidos, não se poderia esperar mais do que a derrocada do tecido económico: desemprego, inflação, alta do dólar, desvalorização do Kwanza, encerramento de milhares de empresas, entrega das empresas públicas e riquezas nacionais ao capital estrangeiro e apadrinhamento da islamização do comércio, retalhista, grossista, da construção civil e industrial.

A marca Angola sofre com o fracasso económico, social, mas, principalmente, pela degradação da imagem e políticas de João Lourenço, alvo de chacota nacional e internacional, principalmente, por estar a entregar de bandeja património nacional, como a EFACEC, a Portugal.

“Foi e continua a ser uma estupidez o comportamento do presidente, ao permitir, fruto da cegueira, raiva e ódio, entregar de bandeja a Portugal, um importante património: a EFACEC de Isabel dos Santos”.

O confisco e nacionalização deste importante activo, em que Isabel dos Santos, filha do ex-Presidente Eduardo dos Santos, tinha mais de 71% e fruto de uma interpretação saloia da Procuradoria-Geral da República, ao requerer, ao abrigo da cooperação judiciária, o arresto das acções da angolana. Deixando omisso a favor de quem o arresto beneficiaria, cedo os lusos, apercebendo-se do vazio jurídico, criado pelo Ministério Público de Angola tratou de chamar a si a defesa de mais de 3 mil postos de trabalho de portugueses, coisa que João Lourenço não sabe, tal a obsessão em ver trabalhadores angolanos a definhar no desemprego.

E é assim que de burrice, em burrice, até à burrice final, o governo português, depois de nacionalizar, vai reprivatizar, um património de referência internacional, que nunca deveria ter saído da esfera dos angolanos. Se o dinheiro não era da Isabel (privado), mas público, então que, até decisão judicial final, ficasse na posse de um Kabolombe (angolano), como fiel depositário. Agora é ver o Estado a torrar mais dinheiro, podendo vir a ser obrigado, pelos tribunais, a ter de pagar a maioria dos empréstimos bancários, que saíram da esfera de Isabel, fruto do arresto da PGR de Angola.

Quando o ministro da Economia de Portugal, Pedro Siza Vieira, vem dizer ter sido necessária a nacionalização de um activo de Isabel dos Santos, representativo de 71,73 % do capital social da EFACEC, é a clara demonstração da falta de estratégia e dos crimes económicos, que o Executivo tem cometido em prejuízo do próprio Estado, num despesista e confuso combate selectivo aos crimes de corrupção.

FOME NO SUL É CRIMINOSA

Os cães da Presidência da República, dos ministros, altos funcionários do Estado, comem melhor do que os mais de 12 milhões de autóctones no sul de Angola, assolados por uma seca e políticas “criminosas” causadoras do desemprego e fecho de empresas.

Os povos como nunca antes, nos 42 anos anteriores, têm estado a exaltar uma nova consciência de contestação, ante o desvario das políticas presidenciais, em função da fome, mas, também, pelo facto de ter escancarado as portas ao “regime islâmico”, que hoje controla cerca de 78% do pequeno, médio e grande comércio, incluindo o abastecimento da Secreta, Forças Armadas e Polícia Nacional.

A fome e a discriminação parecem ser a imagem de marca do Presidente da República, João Lourenço, “pinchado”, negativamente, na mente, da grande maioria dos autóctones, atirados às fedorentas sarjetas do desemprego, miséria, injustiça e tirania.

E os responsáveis deste regabofe draconiano, que flagela o sonho diário de milhões e milhões, têm nome; individual e colectivo, pois integram os principais órgãos, que se apoderaram dos poderes do Estado: MPLA; Executivo; Legislativo e Judiciário.

Eles subverteram a norma mental dos povos e micro-nações, impondo um modelo de governação anacrónico, selvagem e assassino…

Maltratam pelo poder. Assassinam pela sua manutenção.

Cometem autênticos genocídios e promovem os mais bárbaros chefes da carnificina à categoria de heróis, como Agostinho Neto; Lúcio Lara, Ludy Kissassunda, Onambwe, Iko Carreira, Veloso, Cajó, Pelinganga, entre outros.

No 27 de Maio de 1977, o MPLA/Agostinho Neto cometeram o maior crime de genocídio, na proclamada República Popular de Angola, com o assassinato brutal de cerca de 80 mil cidadãos inocentes, sem o cometimento de qualquer ilícito, tendo-lhes sido negado um justo processo legal e audição.

No 05 de Janeiro de 1993, o MPLA/José Eduardo dos Santos inusitadamente engendra, diante do contínuo insucesso governativo e da guerra militar, contra o seu arqui-rival, UNITA, uma verdadeira chacina etnolinguística, denominada Sexta-Feira – Sangrenta, assassinando 4.000 cidadãos Bakongos, maioritariamente, em Luanda e 780, nas cidades de Moçâmedes e Tombwa, na província do Namibe.

Ante a indignação e repercussão nacional e internacional, o Executivo de JES reconhece o massacre, mas apontando apenas 57 mortos.

Aos 16 de Abril de 2015, nos húmus religiosos do Huambo, no Monte Sumi, demonstrando a crónica intolerância, contra congregações de matriz angolana e africana, o regime assassinou mais de 2 mil fiéis, prendendo o seu pastor, Julino Kalopeteka, sob a justificativa destes terem assassinado oito polícias.

Nada justificava tamanha desproporção de armas, contra cidadãos, que apenas portavam cruzes e bíblias…

No 30 de Janeiro de 2021, o MPLA/JLo, na localidade do Kafunfu, Lunda Norte, uma manifestação pacífica e sem armas de cidadãos, que reclamavam contra as políticas de desemprego, fome e miséria, viu mais dos seus 158 integrantes ser, selvaticamente, assassinada.

Em Abril de 2021, cerca de 5 mil cidadãos saídos de zonas e províncias críticas da seca, que assola o país, foram concentrados, pelo MPLA/João Lourenço, em campos de acolhimento, nos municípios da Kahama e Kuroca.

Na realidade, os locais não podem receber a designação de campos de refugiados ou deslocados, mas autênticos campos de concentração e de morte, tal como os dos nazistas, na Alemanha hitleriana, logo indignos para acolher seres humanos, nascidos num país com riquezas, como Angola, mas desbaratadas por quem tinha (e tem) a obrigação de servir o colectivo e não infernizá-lo.

O que se passa, nos campos de concentração da Kahama/Kunene e Kuroca/Namibe o Executivo comete uma verdadeira política genocida, que não pode deixar de ser denunciada, ante as mortes diárias ou semi-diárias de cidadãos, derivada das condições, que nem os cães dos governantes são tratados, nos seus luxuosos canis.

O Executivo de João Lourenço obriga os cidadãos, no interior destes campos de concentração, a violarem as regras de biossegurança da COVID-19, ao não distribuir, sequer máscaras (que morram, serão menos uma preocupação, para o (des)governo, dirão) de folha de bananeira, em tempo de pandemia.

A comida, resume-se em fuba de milho amarela, muitas vezes, podre, feita em tambores (nem panelas têm), assentes em lenha (são pobres, não merecem cozinhas comunitárias decentes) e, o kundutu (acompanhante) resume-se a meros bagos de feijão; os mais felizardos recebem, 15, outros 10, seguem-se os de 5 e, depois os contemplados com o líquido, enquanto os demais “contentam-se” com o cheiro de feijão. Uma autêntica insensibilidade governativa, protagonizada por monstros no poder.

Não existem sanitários, as pessoas são obrigadas a defecar, ao ar livre, como se fossem autênticos animais selvagens, que deles não carecessem.

É importante, numa zona inóspita, com temperaturas a rondar os 35 à 38º, durante o dia e 10º à noite, a existência de tendas ou outro tipo de cobertura, mas, infelizmente, tratados abaixo de cão, estão ao relento cerca de 5 mil cidadãos.

Os responsáveis por esta deplorável situação, assemelham-se a “subespécie” de mabecos (cães selvagens), sempre desejosa em devorar da forma mais ignóbil, os demais.

Na verdade, quem não vive para servir, não serve para viver.

Definitivamente, quando um país fica refém de mentecaptos, sem higiene intelectual, resta aos cidadãos alavancarem a sua soberania definidora.

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